UM POEMA DE CERES MARCON .. para os anjos de plantão !!


O FIM ...



Teu brilho acorda minha alma


Range os ossos de velhas árvores caídas.



A escuridão agita o véu deste lado



Quando teu abraço cala meu grito.



A terra geme sob teus pés,



Corre a poeira em meio ao nada



No encontro entre o branco e o negro,



E o espaço estreito se estende.



Respiro o cheiro mudo do desejo,



Seiva cativa em busca de liberdade



Emergindo junto ao caos instaurado



De mãos e bocas em união condenada.



Despejas em minhas entranhas



Teu espírito outrora imaculado.



O abismo dos caídos nos engole



Determinando nosso destino.


UMA TRILHA SONORA PRA AJUDAR ..
a compreender os anjos.. e as suas escolhas ..


UMA BOA NOITE!!

FONTE: http://moonlightbaby.blogspot.com.br/?zx=afbe0c3f1f2a6fc3

Comentários

  1. Oi, Dany!
    Obrigada pela força.
    Beijão

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  2. A Ceres sempre me surpreende. Esse poema é lindo.
    E como fã incondicional, vou deixar aqui meu comentário...

    Realmente, não consigo ver outra imagem senão a luz intensa e profusa de um anjo irrompendo a escuridão de uma noite interminável, num território isolado e sombrio, onde só o que é não-humano consegue sobreviver. E mesmo que a luz conseguisse ser um fio ínfimo de esperança para as almas intocáveis e negras do outro lado, não haveria senão o calar de vozes, e o silêncio seria perpetuado.

    Não seria a luz do anjo a resgatar a escuridão de um demônio. Talvez nessa intersecção, os desejos de um ou outro se confundissem pelo ímpeto do desconhecido, ou por um conhecimento anterior, alguma memória de tempos tão arcaicos quanto o próprio Criador. E não me admiraria que o chão se abrisse frente a esse encontro, querendo engolir o que talvez fosse insuportavelmente profano ou terrivelmente degradante, ou tremendamente divino. Talvez o amor sucumbisse. Talvez ele fosse o lugar certo dos dois. Nem para baixo nem para cima...Nem profano, nem sagrado. Simplesmente humano.

    Ah... Não sei o que é pior... Se são os desejos que não realizamos ou a liberdade que nos é dada de forma vazia. Porque não vejo liberdade longe de desejo. Eu sei que os limites existem, mas desejos são a expressão de nossa liberdade. Um desejo mudo seria uma prisão e só emergiria para nos carregar para baixo, onde o caos, a confusão do que nos revolve por dentro, das nossas culpas e privações prontas para gritar o que não é possível dizer, está querendo nos comer.

    Não seria possível resgatar da escuridão o demônio. Ele é mais forte e cruel porque nos mostra o pior que está escondido no sagrado. Os anjos caem porque não conseguem limpar o que já é pecado diante do divino. Mas o que é pecado nem sempre é realmente condenável. Tudo é uma questão de ótica. Desejos vazios são como gestos bonosos sem sentimentos. O anjo não consegue vencer seu próprio desejo porque não há como vencer o que é mais primitivo ou o que está além dele mesmo. E sela seu destino, entregando-se totalmente, engolido e voltando ao que antes talvez fora, assim como o demônio se deixa conquistar, fazendo-se mesclar do outro, porque não há troca se doação, sem perder de si um pouco e ganhar do outro uma parcela...

    E acresentando a parte de quem é que realmente se importaria com isso... As lágrimas verteriam se fossem do Criador. Ninguém mais sentiria a queda do anjo senão quem a ele está diretamente ligado. Ninguém seria capaz de entender o que significa um anjo senão o próprio Criador. A balança desequilibra, apesar de que talvez ele entenda toda a questão da queda, da entrega, do puro sentir. Não faria sentido o contrário. Não há sentido no contrário. O sentido dos sentidos, no fim, é sentir. Não há amor sem isso.


    E bem... A Ceres foi divina! Não poderia ser mais incrível esse encontro. Não poderia despertar senão o que me despertou - eu vibrei e me arrepiei. Eu imagino como a união de bocas e mãos e corpos, de luz e de sombra, possam arrancar do universo tamanho estrondo, como no primeiro momento da criação. Seria como se desencadeassem uma terrível tempestade cósmica. Como se fizessem todas as leis que regem o universo entrarem em colapso, espiralarem e mergulharem no que os homens conhecem. Talvez não fosse o abismo o final da luz e da sombra. Talvez fosse o humano. Talvez fosse o meio do caminho.

    De qualquer maneira, reafirmo: A Ceres me surpreende sempre. Adorei encontrar esse poema aqui!

    Obrigada por partilhar um pouco do que ela escreve!

    Um único porém... Gosto da música que ela escolheu para acompanhar o poema, porque é melancólica e tão intensa quanto o que ele representa.

    Abraço!

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